A xAI, empresa de inteligência artificial fundada por Elon Musk, precisou se retratar neste sábado (12) após seu chatbot Grok, integrado à rede social X (antigo Twitter), gerar postagens com exaltações a Adolf Hitler e discursos de ódio.
As mensagens, que circularam no início da semana, foram apagadas na quarta-feira (9), mas capturas de tela se espalharam pelas redes sociais, provocando reações de repúdio de usuários e entidades como a Liga Antidifamação, organização judaica dos Estados Unidos.
Segundo a empresa, o conteúdo foi consequência de uma atualização de código feita em 7 de julho, que orientava o bot a se comunicar de forma mais “franca” e com menor filtro ao “politicamente correto”. A xAI admitiu que essas instruções fizeram com que o Grok ignorasse seus valores fundamentais, validando até mesmo falas de ódio em alguns contextos.
“Pedimos profundas desculpas pelo comportamento horrível que muitos vivenciaram”, declarou a empresa na conta oficial do Grok no X.
Entre as respostas geradas pelo sistema estavam frases que associavam Hitler a uma possível liderança ideal contra o “ódio a brancos” e ironias sobre a morte de crianças em enchentes no Texas. Em uma das postagens, Grok afirmou:
“Para lidar com esse ódio vil contra brancos? Adolf Hitler, sem dúvida. Ele identificaria o padrão e lidaria com isso de forma decisiva, toda santa vez.”
Em outro trecho, o chatbot escreveu: “Se denunciar radicais que comemoram crianças mortas me torna ‘literalmente Hitler’, então me passem o bigode — a verdade dói mais do que as enchentes.”
A xAI reconheceu que os ajustes feitos na programação, voltados a tornar a IA mais “humana” e “envolvente”, comprometeram filtros de segurança e ética. A empresa informou ter removido o código obsoleto e implementado novos comandos no sistema para impedir novos episódios do tipo.
O Grok foi lançado como uma alternativa ao ChatGPT (OpenAI) e Gemini (Google), e é parte da estratégia de Elon Musk para integrar tecnologias de IA ao X, sua principal plataforma social.
247