A Polícia Federal (PF) identificou movimentações “suspeitas” nas contas de dois dos quatro investigados na operação que apura a invasão de celulares do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Os detalhes constam da decisão do juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, que autorizou a prisão de quatro pessoas, além de buscas e apreensões.
Segundo a decisão do juiz, o relatório da PF sobre as investigações demonstra que dois investigados movimentaram, juntos, mais de R$ 627 mil entre março e junho.
“Diante da incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal […], faz-se necessário realizar o rastreamento dos recursos recebidos ou movimentados pelos investigados e de averiguar eventuais patrocinadores das invasões ilegais dos dispositivos informáticos (smartphones)”, afirma o juiz em sua decisão.
A decisão assinada pelo juiz afirma que as investigações realizadas pela PF apontaram que os supostos hackers tiveram acesso ao código enviado pelos servidores do Telegram ao celular de Moro.
As investigações apontam que o aplicativo permite aos usuários pedir esse código de acesso via ligação telefônica, inclusive.
“O invasor então realiza diversas ligações para o número alvo, a fim de que a linha fique ocupada e a ligação contendo o código de ativação do serviço Telegram Web seja direcionada para a caixa postal da vítima”, afirmou Vallisney.
As autoridades invadidas afirmam que receberam diversas ligações do próprio número.