General Edson Leal Pujol visitou Campo Grande pela primeira vez desde que assumiu o posto, em janeiro de 2019
O comandante do Exército Brasileiro, general Edson Leal Pujol, visitou as instalações do CMO (Comando Militar do Oeste), em Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (26). Após acompanhar solenidade, chamada pelas Forças Armadas de formatura, o militar garantiu a continuidade e a expansão do Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) e comentou sobre a “preocupação constante” do Exército sobre Amazônia e Pantanal.
A formatura foi realizada no Campo de Parada General Plínio Pitaluga, no Forte Pantanal. Leal Pujol visita a Capital pela primeira vez desde que assumiu o comando do Exército, em janeiro deste ano, em substituição ao general Eduardo Villas Bôas.
Questionado sobre o andamento do Sisfron, o comandante garantiu que o programa continua. Segundo ele, o Exército planeja concluir a primeira fase, iniciada em Mato Grosso do Sul, além de estender para outras regiões de fronteira, como Amazonas e Sul do País. “O orçamento, ainda que pouco, está garantido”, disse.
Criado para auxiliar na proteção contra narcotráfico e contrabando por meio de equipes especiais e equipamentos de ponta, o Sisfron começou em 2012, com orçamento de R$ 12 bilhões, mas só recebeu R$ 2 bilhões até aqui. Mais R$ 220 milhões em recursos para o projeto estariam previstos até dezembro deste ano.
Inicialmente, a estimativa era de que o Sisfron funcionasse em toda o País até 2022, mas, com os recentes cortes orçamentários, só deve operar com 100% da capacidade em 2035.
Pantanal – O comandante do Exército também levantou a discussão sobre a soberania nacional diante de supostas ameaças de intervenção estrangeira na Amazônia. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o bioma já acumula pelo menos 65 mil focos de incêndios florestais em 2019 e sua conservação foi posta em xeque por nações europeias e entidades que financiam sua proteção.
Leal Pujol regionalizou o assunto ao ser confrontado sobre o Pantanal, que registra o maior número de queimadas desde 2012, com 5.890, e também gerou manifestações de ONGs (Organizações Não-Governamentais) de proteção ao meio ambiente.
“Uma das missões do Exército é a manutenção da integridade do nosso território e da nossa soberania. É uma preocupação constante. Não importa se alguém falar ou não, seja uma autoridade, uma pessoa no exterior ou dentro do Brasil. Nossa preocupação vai ser a mesma, de garantir o cumprimento da missão que nos foi delegada pela população brasileira”, relatou.
O general ainda repercutiu a criação de canal exclusivo para denúncias de crimes na região de Corumbá, que faz fronteira com a Bolívia. “As leis já nos atribuíram responsabilidade e autoridade policial na faixa de fronteira. É uma preocupação do Exército Brasileiro de participar no combate aos ilícitos transnacionais na faixa de fronteira”.
A maior parte da agenda do comandante foi cumprida na quarta (25), quando conheceu o CMO. Ele ainda almoça em Campo Grande nesta quinta antes de deixar Mato Grosso do Sul.
Fonte: www.campograndenews.com.br