As informações sobre movimentações financeiras de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), apontadas como atípicas em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), têm movimentado o noticiário nas últimas semanas. Relembre os acontecimentos:
Análises nas operações bancárias de Flávio foram um desdobramento de um outro relatório do Coaf, que indicavam movimentações suspeitas do seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
O funcionário do gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) é investigado por movimentar R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
Em sua defesa, em entrevista à ‘Record TV’, Queiroz afirmou ser “um cara de negócios” e que as movimentações referem-se a compra e venda de carros. No entanto, não explicou por que recebeu valores de funcionários da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Nesse domingo (20), a coluna do Lauro Jardim, do ‘Globo’, revelou que Queiroz movimentou R$ 7 milhões em três anos. Além de R$ 1,2 milhão em um ano, o Coaf tem conhecimento de terem passado pela conta corrente do ex-assessor de Flávio mais R$ 5,8 milhões nos períodos anteriores.
A movimentação de R$ 1,2 milhão gerou uma denúncia do Ministério Público do Rio, que estava sendo investigada. Até que, na última quinta-feira (17), o senador eleito, que é citado no processo, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando foro privilegiado. Uma decisão do ministro Luiz Fux garantiu a suspensão temporária da investigação.
Flávio
Um outro relatório do Coaf, a respeito de movimentações na conta de Flávio, mostra que operações financeiras feitas por ele são muito semelhantes às realizadas pelo seu ex-assessor. O documento aponta 48 depósitos considerados suspeitos, totalizando R$ 96 mil em cinco datas.
Nesse sábado (19), o Jornal Nacional, da ‘TV Globo’, também revelou o pagamento de um boleto bancário no valor de R$ 1.016.839, sem indicação do favorecido.
Em entrevista à ‘Record’, ele disse que as movimentações suspeitas em sua conta corrente referem-se à compra e venda de um apartamento. Ele teria pago R$ 1.016.839 pelo imóvel e vendido na sequência, sendo que parte do valor foi pago a ele em dinheiro. Isso justificaria os 48 depósitos no valor de R$ 2 mil em sua conta – o limite máximo imposto pelo banco para transações em caixa eletrônico.
As últimas notícias sobre o caso foram reveladas nesta segunda-feira (21) pela ‘Folha de S. Paulo’. Segundo o jornal, registros em cartórios mostram que Flávio Bolsonaro adquiriu dois apartamentos em bairros nobres do Rio em três anos, de 2014 a 2017, ao custo informado de R$ 4,2 milhões. Vale citar que o período da aquisição dos imóveis é o mesmo em que Queiroz movimentou R$ 7 milhões.
Outros pontos polêmicos envolvendo a família Bolsonaro
Cheque de R$ 24 mil à primeira-dama, Michelle
A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, recebeu um cheque de R$ 24 mil de Queiroz. Segundo Jair Bolsonaro, esse cheque é o pagamento de uma dívida. “Emprestei dinheiro para ele em outras oportunidades. Nessa última agora, ele estava com um problema financeiro e uma dívida que ele tinha comigo se acumulou. Não foram R$ 24 mil, foram R$ 40 mil”.
Personal trainer e assessora de Bolsonaro
O gabinete do presidente na Câmara dos Deputados atestou frequência total de sua ex-assessora Nathalia Melo de Queiroz, filha de Queiroz. Nathalia atuava como personal trainer no mesmo período em que trabalhava para Bolsonaro, de dezembro de 2016 a outubro de 2018.
Internação e operação de Queiroz no Einstein
Queiroz deu entrada no hospital no dia 30 de dezembro, passou por uma cirurgia no dia 1º e recebeu alta no último dia 8. Sua condição de saúde foi a justificativa para que ele e seus familiares não comparecessem a depoimentos agendados no Ministério Público do Rio. O presidente Jair Bolsonaro diz que emprestou dinheiro para o ex-assessor do filho Flávio Bolsonaro em várias ocasiões porque ele estava com problema financeiro. Fica a dúvida: quem teria pago os custos desta cirurgia?